Japão decide reactivar dois reactores nucleares

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Fukushima após o incidente David Guttenfelder/Reuters

A preocupação com a sobrecarga das centrais termoeléctricas e insuficiência energética levou o Japão a decidir reactivar dois dos seus reactores nucleares, na província de Fukui, na região Centro, anunciou o Governo no sábado.

Desde a catástrofe de Fukushima, a 11 de Março de 2011, até 5 de Maio de 2012, foram desactivados 54 reactores nucleares. Agora, as preocupações com a escassez energética devido aos picos de consumo no Verão, fizeram o Governo japonês voltar atrás e reiniciar os reactores 3 e 4 da central Oi, gerida pela companhia eléctrica Kansai, instalados na província de Fukui.

Os dois reactores combinados irão adicionar 2,3 milhões de quilowatts à rede. "O reiniciar [dos reactores] vai ter um grande impacto em preencher a lacuna de oferta e procura" na região, disse nesta segunda-feira um responsável da companhia eléctrica Kansai (Kepco) ao jornal Japan Times. A entrada em funcionamento destes dois reactores assume especial importância durante o Verão, uma época de consumos mais elevados. Segundo as estimativas da Kepco, a energia gerada sem o nuclear, seria insuficiente em 14,9% se se repetisse a onda de calor de 2010.

O Japão neste momento depende fortemente de energia térmica para compensar a perda de quase todo o fornecimento de energia nuclear, o que o deixa numa situação de fragilidade. Tanto mais que as instalações térmicas da companhia eléctrica Hokkaido, por exemplo, têm sofrido uma série de problemas desde Abril. As operações já estiveram suspensas para manutenção 15 vezes.

"As instalações, já antigas, estão a ser danificadas com a alta taxa operacional", disse um responsável da Hokkaido. Ainda assim, afirmou que "não nos podemos dar ao luxo de realizar os exames completos."

Antes do acidente na central de Fukushima, causado por um tsunami que destruiu os sistemas de arrefecimento do complexo, a energia nuclear era responsável por 30% do consumo de electricidade no Japão.

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