Greenpeace intercepta navio da Shell a caminho do Árctico

Foto
A 1 de Maio, 20 activistas acorrentaram-se ao navio no porto de Helsínquia Roni Rekomaa/AFP

Seis activistas da organização ecologista Greenpeace interceptaram e ocuparam nesta madrugada o navio quebra-gelo Nordica, da petrolífera Shell, que vai a caminho do Alasca para fazer furos de exploração petrolífera no oceano Árctico.

Os activistas – de Israel, Áustria, Suécia, Dinamarca e Finlândia – subiram a bordo do Nordica, fretado pela Shell, às 4h20 nas águas territoriais da Suécia, a Sul de Öland, e acorrentaram-se em vários pontos do navio. Segundo o Twitter da Greenpeace, a Guarda Costeira chegou ao local, no Mar Báltico, cerca das 10h.

A Greenpeace pede à Shell para “abandonar os seus planos controversos para fazer explorações petrolíferas no frágil ecossistema do Árctico”, diz em comunicado. “Estes planos colocam uma ameaça inaceitável a um lugar único no planeta”, comenta Therese Jacobson, da Greenpeace nórdica. “Estamos numa encruzilhada. É preciso escolher entre proteger o Árctico ou permitir à Shell e outras companhias petrolíferas gananciosas que destruam esta região preciosa. A escolha é clara, precisamos salvar o Árctico”, acrescenta.

O quebra-gelo está a caminho do Alasca, onde irá juntar-se ao navio Fennica para prestar apoio a dois navios de exploração petrolífera – Kulluk e Noble Discoverer – que, neste momento, se aproximam da costa Norte do Alasca para perfurar cinco poços para a Shell nos mares Beaufort e Chukchi.

Já no início desta semana, a 1 de Maio, 20 activistas da Greenpeace subiram a bordo do Nordica no porto de Helsínquia, na Finlândia, quando este se preparava para partir. Outros 22 começaram a pintar as palavras “Stop Shell” no casco do navio mas acabaram por ser detidos. O navio saiu do porto ontem.

A organização lembra que o Árctico “já está sob uma imensa pressão por causa das alterações climáticas e da poluição”. Agora, a ameaça é outra. “Se a Shell começar as perfurações no Verão, outras petrolíferas irão fazer o mesmo muito rapidamente, o que pode desencadear uma corrida ao petróleo do Árctico potencialmente catastrófica”, diz a Greenpeace.

Sugerir correcção
Comentar