Nova espécie de lagarto “besouro” descoberta nas florestas da Papuásia-Nova Guiné

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Os lagartos foram encontrados nas margens do rio Lauis, na ilha de Manus Robert Fisher

No coração das florestas da Papuásia-Nova Guiné vive um lagarto com riscas douradas e pretas, que faz lembrar um besouro, e que a ciência ainda não conhecia, revela um estudo publicado este mês na revista Zootaxa.

O Nactus kunan foi descoberto, perfeitamente camuflado no solo das florestas tropicais, por herpetólogos do Museu Nacional da Papuásia-Nova Guiné, do Museu de História Natural do Smithsonian e do Serviço Geológico norte-americano (USGS, sigla em inglês).

Estes lagartos medem 12,7 centímetros da cabeça à ponta da cauda, dizem George Zug, do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, e Robert Fisher, do USGS, investigadores que descreveram a espécie. “Demos-lhe o nome oficial de Nactus kunan por causa do seu padrão de cores – kunan quer dizer ‘besouro’ na linguagem local Nali”, disse Fisher, em comunicado.

Em Março de 2010, Fisher encontrou, à noite, dois lagartos “besouro” nas margens do rio Lauis, na ilha de Manus. Mais nenhum animal foi encontrado em mais de uma semana de trabalho de campo.

Após analisar geneticamente aqueles dois lagartos, Fisher descobriu que pertenciam a uma espécie totalmente nova. “Foi uma surpresa completa, uma vez que estou a trabalhar com este género, Nactus, desde os anos 1970 e não estava mesmo nada à espera desta descoberta”, comentou Zug, um curador no Museu Nacional de História Natural do Smithsonian. A expedição está a analisar outras duas possíveis novas espécies de répteis.

A descoberta aconteceu durante uma expedição para estudar a biodiversidade dos lagartos na região do Pacífico, apoiada pelo Smithsonian, Departamento de Defesa norte-americano e pelo USGS. “A exploração da província de Manus ainda está no seu início, com muitas novas espécies possíveis. Esta expedição conjunta foi a primeira a ser realizada nesta região”, disse Bulisa Iova, do Museu Nacional da Papuásia-Nova Guiné.

Para a directora do USGS, Marcia McNutt, “esta descoberta de uma nova espécie no coração das florestas da Papuásia-Nova Guiné é motivo para celebração e acrescenta mais um capítulo ao ‘Livro da Vida’”. “Mas o verdadeiro trabalho começa agora. Encher as páginas com as maravilhas sobre esta nova criatura, o seu papel no ecossistema da floresta, a sua adaptação ao ambiente e, talvez, até mesmo novas estratégias para lidar com doenças e das quais poderemos beneficiar.”

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