Lisboa acolhe hoje conferência mundial do clima

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Collares Pereira lembrou que a eólica está a ganhar terreno Foto: Pedro Cunha

Mais de cem cientistas, políticos e investigadores estão hoje reunidos numa conferência mundial para debater novos dados e soluções para as alterações climáticas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

As alternativas energéticas aos combustíveis tradicionais - petróleo, gás natural e carvão - serão um dos temas da terceira edição da Conferência Mundial Sobre Aquecimento Global.

Além das consequências ambientais, os especialistas irão ter em conta que as reservas de petróleo deverão durar para apenas mais 40 anos, num crescendo de preços que está a incrementar cada vez mais o recurso a fontes de energia alternativas, como o sol ou o vento, disse um dos moderadores da conferência, o professor catedrático Manuel Collares Pereira.

Os peritos estimam que já se tenha consumido metade do petróleo existente em todo o mundo, enquanto o pico de consumo do gás natural deverá ser atingido em breve e a sua vida útil não deverá ir além de mais 60 anos, ainda de acordo com o especialista em energias alternativas e docente na Universidade de Évora.

A realidade comprova que a produção eléctrica de energia através da luz solar (fotovoltaica) ou do vento (eólica) ganha cada vez mais terreno, enquanto o recurso ao hidrogénio se apresenta como outra alternativa, embora ainda mais distante pela dificuldade em conseguir separá-lo de outros elementos e em armazená-lo.

Collares Pereira acredita que a evolução nos próximos anos passará pelo recurso simultâneo ao petróleo e às energias alternativas, incluindo também os biocombustíveis. O cientista realça o rótulo de “pioneiro” atribuído em Portugal pelo investimento já feito em energia solar e eólica.

Com a massificação da produção e a inerente baixa de preços, é possível, por exemplo, que uma família consiga ser auto-suficiente em energia eléctrica com um investimento de 10 mil euros e até vender o eventual excedente de produção.

As emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, o impacto das alterações climáticas na biodiversidade, as tecnologias energéticas e os modelos de previsões de mudanças de clima vão ser outros temas em debate.

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