Secretário de Estado diz que Plano da Costa Vicentina envolveu mais reuniões do que qualquer outro

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"Estou convencido que a questão urbanística explica a atitude de rejeição do plano de ordenamento", concluiu Humberto Rosa. Enric Vives-Rubio

O secretário de Estado do Ambiente assegurou hoje que o Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina envolveu mais reuniões do que qualquer outro no país, explicando a rejeição dos autarcas com a questão urbanística.

"Desde que aqui estou já aprovámos 15 planos de ordenamento de áreas protegidas. Posso garantir que para nenhum houve tanta articulação, tanta reunião, com os municípios como para este", disse à agência Lusa Humberto Rosa que salientou estar o seu cargo à disposição do primeiro-ministro e da ministra do Ambiente.

Por outro lado, "nunca, para nenhum plano de ordenamento, foi facultado aos municípios, como aliás a qualquer entidade fora do Governo, a versão que vai para processo legislativo" que é sigilosa, realçou.

Humberto Rosa responde assim a várias críticas dos presidentes das câmaras de Vila do Bispo, Aljezur, Odemira e Sines, abrangidas pelo Plano, que têm sido transmitidas desde a publicação em Diário da República a 04 de Fevereiro. Estes autarcas exigiram a revogação do Plano e anunciaram que vão recorrer aos tribunais.

Os presidentes daquelas câmaras pediram mesmo a demissão do secretário de Estado do Ambiente, a quem acusam de ser o “verdadeiro obreiro” e protagonista de “toda esta trapalhada”, apontando igualmente o dedo à ministra, Dulce Pássaro, por não estar “de boa fé” neste processo.

Para os autarcas, o Ministério do Ambiente fez aprovar o plano sem que tivesse dado “conhecimento atempado” da versão final do documento aos municípios.

Humberto Rosa disse hoje ter reunido 38 vezes com aqueles municípios e algumas vezes com organizações de pescadores.

Numa reunião de 25 de Novembro, com os municípios de Vila do Bispo, Odemira e Aljezur, "pude dizer taxativamente quais os pontos remanescentes que acatávamos, quais os que não acatávamos e referi ainda a pressa que o Governo tinha em aprovar o plano de ordenamento", relatou Humberto Rosa.

É que as medidas preventivas em vigor que incidiam sobre loteamentos ilegais em Vila do Bispo e Aljezur caducavam a 10 de Fevereiro, explicou.

Acerca da não aceitação de sugestões das câmaras para o Plano, o secretário de Estado referiu que "foram acatadas muitíssimas ao longo deste processo de interacção, nomeadamente as primeiras versões técnicas não contemplavam loteamentos fora dos perímetros urbanos nem empreendimentos turísticos e achamos razoável contemplá-los em certas condições".

Entre as reivindicações não aceites, o governante, apontou "os índices de urbanismo maiores, deixar mais capacidade construtiva fora dos perímetros urbanos".

Também "não foi acatada a reivindicação que, pelo menos, Aljezur fazia de que não vigorasse a chamada zona costeira", área em que a construção é mais condicionada, acrescentou.

"Estou convencido, pois, que essa questão urbanística explica vastamente a atitude de rejeição do plano de ordenamento", concluiu Humberto Rosa.

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