Estudo sobre fragmentação de habitats dá prémio a finlandês

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O cientista avaliou o risco das extinções locais Foto: Juan Carlos Ulate/Reuters

O cientista finlandês Ilkka Hanski, da Universidade de Helsínquia, foi distinguido com o prémio Crafoord, da Academia Real sueca de Ciências, pelo seu trabalho sobre os impactos da fragmentação dos habitats na sobrevivência das espécies.

Apesar de Hanski, 58 anos, ter passado grande parte dos 30 anos de carreira enquanto biólogo em regiões remotas como o Bornéu, Gronelândia e Madagáscar, o prémio foi-lhe atribuído, especificamente, por um conjunto de modelos matemáticos e analíticos sobre Ecologia aplicados na sua terra natal, a Finlândia, que marcaram a forma como os conservacionistas gerem os ecossistemas, explica a revista “Science” online.

A Academia decidiu homenagear Hanski “pelos seus estudos pioneiros sobre a forma como as variações espaciais [causadas pela urbanização, desflorestação ou alterações climáticas] afectam as dinâmicas das populações de animais e plantas”, escrevem os responsáveis pelo Prémio, no site oficial.

“Hanski é o maior ecólogo da sua geração. Transformou a maneira como compreendemos de que forma os processos ecológicos funcionam na paisagem”, comentou o biólogo especialista em evolução, Charles Godfray, da Universidade de Oxford, citado pela "Science".

O cientista finlandês dedicou o seu tempo a avaliar o risco das extinções locais em ambientes sujeitos à cada vez maior influência humana e a encontrar soluções para ajudar as espécies a sobreviver. Mais concretamente estudou o impacto da fragmentação de habitats numa espécie de borboleta europeia, a Melitaea cinxia, cujas populações têm vindo a desaparecer nas últimas décadas no Norte da Europa. O cenário explica-se com a alteração da paisagem devido à agricultura moderna.

Hanski afirmou que esta distinção é o maior reconhecimento que pode imaginar. “Mostra que é possível fazer boa ciência em países pequenos”, comentou.

O Prémio Crafoord foi criado há 29 anos para homenagear as áreas do conhecimento que não são abrangidas pelos Prémio Nobel. A cerimónia de entrega do prémio, no valor de 450 mil euros, está marcada para 10 de Maio em Estocolmo.

O cientista ainda não tem certezas quanto ao destino a dar ao prémio mas suspeita que vai comprar uma zona florestal na Finlândia para a salvar do desenvolvimento urbano.

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