Quercus elege o consumo em excesso como o maior “pecado ambiental” do Natal

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A Quercus sugere utilizar o mínimo de sacos possível na ida às compras Nuno Ferreira Santos (arquivo)

O maior “pecado ambiental” do Natal é o consumo em excesso, considera Susana Fonseca, presidente da direcção da Quercus, associação que faz 25 propostas ecológicas para esta época.

“Estamos a associar muito o Natal ao consumo, à alimentação e ainda mais às prendas”, disse Susana Fonseca ao PÚBLICO, elegendo o consumo em excesso como o maior “pecado ambiental” desta época.

“Há uma ânsia de dar prendas a muitas pessoas e, por vezes, oferecemos coisas pouco úteis e com pouco sentido para quem as recebe.” A responsável salientou que “nos esquecemos que podemos fazer nós próprios as nossas ofertas”.

A Quercus listou onze sugestões para darmos prendas mais sustentáveis, nomeadamente oferecermos prendas duráveis, úteis, educativas, sem substâncias perigosas, especialmente no caso de equipamentos eléctricos e electrónicos, que não estejam embaladas em excesso e, se possível, produzidas em Portugal porque promoverá a economia e reduz o impacte associado aos transportes dos produtos.

Como alternativa às prendas tradicionais, a associação propõe a oferta de inscrições em associações cívicas, a adopção de um animal selvagem e cheques-prenda disponíveis em livrarias, teatros ou lojas de roupa. Além disso, se “respeitar os seus limites de endividamento, irá ser mais criterioso nas suas escolhas e, logo, mais sustentável”.

Para ir às compras pode optar pelos transportes públicos ou juntar-se com amigos ou familiares no mesmo veículo, decisão que “fica mais barata e sempre pode pedir opiniões quando estiver indeciso”. Outra sugestão é tentar utilizar o mínimo de sacos possível, levando os seus próprios sacos de casa.

Depois do Natal pode guardar os laços e o papel de embrulho e utilizá-los noutras ocasiões e separar as embalagens para reciclagem.

Para a ceia de Natal, a Quercus sugere que pondere dar umas tréguas ao bacalhau, dado que muitos stocks piscícolas estão já esgotados. Mas se não conseguir resistir, “adquira bacalhau de média/grande dimensão” e “prefira o bacalhau seco ao demolhado congelado”.

A associação ambientalista propõe levar para casa uma árvore de Natal natural, se puder mantê-la durante o ano, ou uma árvore artificial que pode ser reutilizada durante muitos anos. Há ainda a alternativa de comprar árvores vendidas com autorização, como garantia da sustentabilidade do corte.

Fazer os próprios enfeites para a árvore de Natal, aderir a campanhas de solidariedade, isolar bem a casa e abster-se de comprar azevinho verdadeiro – espécie em vias de extinção – são outras das sugestões.

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