Quercus denuncia que Portugal continua a emitir CFC para a atmosfera

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Os CFC destroem a camada de ozono PÚBLICO (arquivo)

A maior parte dos CFC (clorofluorcarbonetos) dos frigoríficos, arcas congeladoras e aparelhos de ar condicionado que são deitados fora em Portugal continua a escapar para a atmosfera, alerta a Quercus, no Dia Internacional para a Protecção da Camada de Ozono. A ONU diz que a camada de ozono aumentou este ano por cima da Antárctida.

“Portugal continua a não respeitar a sua própria legislação, as regras comunitárias e o Protocolo de Montreal”, alerta a associação, em comunicado.

No ano passado foram recuperadas 23 toneladas de CFC em Portugal, “uma percentagem muito pequena do total existente nos equipamentos em fim de vida, pelo que a maior parte continua a ser emitida para a atmosfera”.

A Quercus considera que o país tem um “mau desempenho” na recuperação e tratamento dos CFC, apesar de existirem duas entidades gestoras de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (Amb3E e ERP Portugal). Para os CFC serem tratados, os equipamentos devem ser “encaminhados sem serem compactados ou removidas peças, pelo que é essencial que os cidadãos e as autarquias tenham esse cuidado”.

Os CFC destroem a camada de ozono que protege a Terra de grande parte da radiação ultravioleta B (UV-B), radiação solar que pode ter efeitos nocivos nos seres vivos.

Buraco na camada de ozono na Antárctida aumentou este ano

A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) informou hoje que o buraco na camada de ozono por cima da Antárctida aumentou em relação ao ano passado mas não deverá ultrapassar o pico registado em 2006.

"Em 2008, o buraco na camada de ozono formou-se relativamente tarde. Mas nas duas últimas semanas aumentou rapidamente ao ponto de ultrapassar a dimensão que atingiu em 2007", explicou a organização das Nações Unidas em comunicado.

O buraco, detectado nos anos 80, forma-se em meados de Agosto para desaparecer em meados de Dezembro. A sua superfície por cim da Antárctida era, a 13 de Setembro, de 27 milhões de quilómetros quadrados, contra os 25 milhões em 2007 e os 29 milhões em 2006, segundo dados da OMM.

"Depois de ter sofrido constantes 'assaltos' químicos durante décadas, a camada de ozono precisará de 50 anos para se restabelecer totalmente", comentou em Nova Iorque o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, citado pela OMM.

O Protocolo de Montreal, cuja data de aniversário da assinatura (16 de Setembro de 1987) foi escolhida como Dia Internacional da Protecção da Camada de Ozono, permitiu praticamente eliminar uma primeira geração de substâncias destruidoras da camada de ozono, os CFC. Um segundo acordo em 2007 prevê o fim progressivo da utilização de substâncias um pouco menos nocivas, os HCFC (hidroclorofluorcarbonetos).

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