Primeiro-ministro australiano ratifica Protocolo de Quioto

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Rudd diz que Quioto é o acordo que vai mais longe na questão do desenvolvimento sustentável Steve Holland/Reuters (arquivo)

O primeiro-ministro australiano Kevin Rudd anunciou hoje que ratificou o Protocolo de Quioto sobre alterações climáticas, deixando os Estados Unidos isolados na cena internacional climática.

“Trata-se do primeiro acto oficial do novo Governo australiano, que mostra o compromisso do meu Governo no combate às alterações climáticas”, disse Rudd em comunicado.

Depois da vitória dos trabalhistas nas eleições legislativas de 24 de Novembro, pondo fim a onze anos de poder dos conservadores, Kevin Rudd prestou juramento hoje enquanto 26º primeiro-ministro da Austrália.

Durante uma campanha marcada pela questão do sobre-aquecimento global, Rudd tinha prometido ratificar rapidamente Quioto, documento que até aí a Austrália se tinha recusado assinar, enquanto os Estados Unidos não o fizessem.

A ratificação do protocolo foi aprovada hoje na primeira sessão do novo Governo e depois pelo governador geral, explicou Rudd.

Depois da ratificação da Austrália, os Estados Unidos são o último grande país desenvolvido a não ter ratificado Quioto.

Quioto é “o acordo que vai mais longe na questão do ambiente e do desenvolvimento sustentável”, comentou Rudd, para quem a ratificação australiana “é um avanço significativo nos esforços do país para combater os efeitos das alterações climáticas”.

Rudd vai para a semana a Bali, onde hoje começou uma cimeira sobre a negociação do futuro do combate ao sobre-aquecimento do planeta.

A comunidade científica australiana felicitou hoje o anúncio de ratificação. “É o reconhecimento de que, nos últimos onze anos, a Austrália teve uma atitude retrógrada face ao que a ciência nos dizia”, considerou Barry Brook, especialista em alterações climáticas na Universidade de Adelaide.

A Austrália é responsável por, pelo menos, dois por cento das emissões mundiais de gases com efeito de estufa, mas é também um importante exportador de carvão, uma das fontes de energia que mais contribuem para o sobre-aquecimento global.

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