Proença-a-Nova investe na floresta ganhos com retenção de carbono

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O estudo vai quantificar o carbono que a floresta do concelho retira da atmosfera Pedro Cunha/PÚBLICO

A câmara de Proença-a-Nova vai investir as mais-valias criadas no concelho com a retenção de carbono na valorização da floresta, disse hoje o presidente da autarquia, João Paulo Catarino. A câmara quer obter a certificação de "concelho verde".

"Está quase concluído um estudo que quantifica o carbono que é retirado da atmosfera na área do nosso concelho graças à floresta", através do processo de fotossíntese, e também "a quantidade de energia renovável aqui produzida", como a energia eólica.

O estudo, intitulado "Carbono Mais", vai ser apresentado em Setembro.

"No fim, fazemos as contas e mostramos com quantas toneladas de carbono o concelho de Proença-a-Nova contribui todos os anos para despoluir o país e o mundo", explicou o autarca.

Além de demonstrar o contributo das florestas locais para o bem-estar global, a câmara quer aproveitar o estudo para obter a certificação ambiental de "concelho verde", o que poderá trazer vantagens em termos turísticos.

"Pretendemos também vender no mercado próprio os créditos obtidos com as toneladas de carbono que sequestramos, para investir depois as receitas obtidas na prevenção e vigilância da nossa floresta", disse.

A capacidade de retenção e armazenamento do carbono pelas florestas a longo prazo está prevista no Protocolo de Quioto, segundo o qual pode ser contabilizada para cumprir os objectivos a que os países signatários se comprometem no período de 2008-2012.

Ao abrigo do Protocolo de Quioto, Portugal não poderá ultrapassar em mais de 27 por cento as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no período de 2008-2012, tendo 1990 como ano de referência.

No entanto, Portugal já ultrapassou esta meta, estimando-se que, a manter-se a tendência de crescimento das emissões, em 2010 esteja 39 por cento acima do objectivo, sendo por isso obrigado a recorrer aos mecanismos de flexibilização previstos no protocolo.

Entre estas medidas, contam-se os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, que pressupõem investimentos em projectos de energias renováveis nos países em vias de desenvolvimento, ou a Implementação Conjunta, que se refere à cooperação entre países desenvolvidos.

Os investimentos são feitos através do Fundo Português de Carbono, que poderá ainda apoiar projectos, em Portugal, que conduzam a uma redução de emissões de gases com efeito estufa.

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